Circuito Pré-histórico do Concelho
Neste Circuito pode conhecer os 4 monumentos megalíticos existentes no Concelho
Neste Circuito pode conhecer os 4 monumentos megalíticos existentes no Concelho, nomeadamente, a o Habitat e Orca da Lapa do Lobo, Habitat e Orca do Folhadal, Orca das Pramelas e a Orca do Pinhal dos Amiais. Este circuito uniforme conduz o visitante aos locais através de sinalética direcional e com painéis explicativos em cada um dos 4 sítios arqueológicos.
Transferir: Flyer_Circuito_Pre_Historico_Concelho.pdf
HABITAT E ORCA DO FOLHADAL
Este sítio arqueológico revelou restos de duas etapas distintas do Neolítico regional:
Num primeiro momento, durante o Neolítico Antigo (c. 5500-4000 a.C-), instalou-se nesta rechã da vertente Norte do Mondego uma pequena aldeia de cabanas elipsoidais, das quais foram escavadas cinco. Já durante o Neolítico Médio (c. 4000-3600 a.C.), após o abandono da aldeia, foi construído o dólmen (a Orca) com uma pequena câmara poligonal e um igualmente pequeno corredor que abria para um átrio empedrado na parte frontal.
Num último momento, ainda durante o Neolítico Médio, o dólmen foi fechado com uma laje vertical e o átrio preenchido com terra e pedra de modo a ocultar a entrada.
O anel de grandes pedras que rodeia a mamoa foi completado na zona frontal de modo a que estava totalmente inacessível o interior do dólmen.


HABITAT E ORCA DA LAPA DO LOBO
Este sítio arqueológico revela uma longa história a que o topónimo Cruz Alta associa uma memória popular longa, tal como a própria lenda da Lapa do Lobo:
A ocupação do local começa com a instalação de uma aldeia de cabanas elipsoidais (quatro escavadas mais uma estrutura de suporte de um “silo”) durante o Neolítico Antigo (c.5500-4000 a.C). Durante o Neolítico Médio (c.4000-3600 a.C.), é construído um dólmen (um sepulcro, a Orca) que parece ter tido uma pequena câmara poligonal sem corredor. No Neolítico Final (c.3600-2500 a.C.), o monumento funerário foi transformado num “santuário”.
A câmara foi desmantelada e os esteios arrumados de encontro à respetiva cabeceira, a mamoa alteada com terras por três vezes, correspondendo a cada uma delas a estruturação de uma fossa preenchida com “conjuntos pétreos” que acomodavam esteias e pequenos ídolos sobre seixos.
Na fase intermédia a fossa central foi complementada com outras duas menores com igual função. E na fase superior com mais uma idêntica.
Da fase de utilização como “santuário”, provêm cerca de 103 esteias e 31 ídolos sobre seixos. À superfície da mamoa, foi recolhida 1 estela-menhir. Este conjunto de elementos de cariz simbólico (o maior conhecido) configura desde já uma situação ímpar no território nacional.
ORCA DO PINHAL DOS AMIAIS
Construída durante o Neolítico final, 3600-3200 a.C., apresenta uma câmara megalítica poligonal, de 9 esteios e corredor desenvolvido. Foi possível identificar vários momentos de utilização:
Do período Neolítico final regional, com geométricos, pontas de seta, lâminas e foices em sílex, machados e enxós em pedra polida, cerâmica não decorada e saliente-se a presença de elementos de adorno em pedra verde-Variscite, cuja matéria-prima é originária da região de Zamora.
Do Bronze inicial (2300-1750 a.C.), com deposições na área frontal, destacando-se as cerâmicas decoradas, que apontam para uma «reutilização» em momentos em que este continuaria a ter um papel de «Espaço de Memória» para as comunidades locais.
Deposição funerária tardo-romana por volta do Séc. III/V, numa situação semelhante à da Orca de Pramelas.





ORCA DAS PRAMELAS
A Orca de Pramelas é um pequeno monumento megalítico (dólmen) com uma câmara poligonal com o chão lajeado e um corredor pequeno e simbólico.
Foi escavado em 1985 e forneceu um espólio típico do Neolítico Médio (c. 4000-3600 a.C.): 2 machados de anfibolito polido; 10 micrólitos geométricos sobre lâmina de sílex (5 triângulos e cinco crescentes); 2 lâminas em sílex; 1 colar de contas discoides em xisto e 1 braçal de arqueiro.
Num momento provavelmente do Séc. IV da nossa era, foi realizado no monumento um enterramento romano (o monumento situa-se próximo de uma antiga via romana) de onde provêm duas moedas de bronze e o fundo de um unguentário em cerâmica