Património Arqueológico

Pensar e compreender este Território em pleno século XXI, implica viajar 6 000 anos pela história de uma geografia local, atualmente pontilhada pelo riquíssimo património arqueológico. Fique a conhecer alguns locais visitáveis, como sítios arqueológicos, inscrições, moinhos e lagares ou lagaretas.

Os vestígios arqueológicos mais antigos remontam à Pré-História, nomeadamente ao Neolítico Antigo (meados do 6º milénio aos inícios do 5º milénio antes de Cristo). Tratam-se de peças líticas e pequenas estruturas que estão associadas a dois habitats: Penedo da Penha (Canas de Senhorim) e Orca do Folhadal (Nelas). Todavia, os testemunhos mais emblemáticos das primeiras comunidades humanas que habitaram o nosso território, nomeadamente as orcas, também designadas de antas ou dólmens, são resultado do Neolítico Médio e Final. Estes monumentos megalíticos, construídos por grandes pedras entre 4100 e 3200 antes de Cristo, eram utilizados para sepultar determinadas pessoas. Deste período, temos vários monumentos megalíticos, quatro deles integrados no Circuito Pré-Histórico do Concelho de Nelas: Orca da Lapa do Lobo, Orca das Pramelas (Canas de Senhorim), Orca do Folhadal e Orca do Pinhal dos Amiais (Senhorim). Os trabalhos arqueológicos concretizados nestes espaços funerários e religiosos têm revelado vários utensílios utilizados por essas comunidades.

Do período romano, os vestígios arqueológicos romanos mais significativos centram-se em três áreas, correspondentes às atuais localidades de Canas de Senhorim, Santar e Senhorim. Foi a partir deste período histórico que a mobilidade humana se efetivou no nosso espaço, garantindo a circulação de pessoas e bens ao nível local e regional.

Já durante a Alta Idade Média, período compreendido entre os séculos V a XII, temos provas toponímicas, arqueológicas e documentais associadas ao estabelecimento das monarquias germânicas, à conquista muçulmana, às lutas de fronteira e às reorganizações territoriais depois da Reconquista. Entre os indicadores arqueológicos deste período, destacam-se as sepulturas escavadas na rocha cronologicamente balizadas entre os séculos VI e XI. No espaço atualmente ocupado pelo concelho de Nelas, foram identificadas até ao momento 49 sepulturas repartidas por 24 sítios. Se por um lado esses sítios provam o povoamento rural, os vestígios materiais e estruturais de uma fortificação localizados no lugar da Torre do Castelo (Senhorim), atribuíveis aos séculos XI-XII, revelam preocupações associadas ao momento da reconquista cristã. As “Terras de Senhorim”, referidas pela primeira vez no século XI, surgem como resposta à necessária reorganização militar, económica e administrativa dos territórios recém-incorporados no mundo cristão.

Já na Baixa Idade Média, é a partir do século XII/XIII que a documentação escrita prova a importância de certos lugares, cujas menções coincidem, salvo algumas exceções, com as designações de muitas localidades atuais. Nesta linha temporal, caracterizada a nível peninsular pela criação e definição territorial do reino de Portugal (Séculos XII-XIII), sucederia ao povoamento disperso, percetível pela localização das sepulturas escavadas na rocha, um povoamento tendencionalmente concentrado.

No deambular da época moderna e da contemporaneidade, os vestígios arqueológicos são, paulatinamente, enriquecidos por edificações que persistem até aos nossos dias, consubstanciadas no Património Arquitetónico Profano e Património Arquitetónico Religioso. 

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